A essa altura da temporada, uma das maiores preocupações dos clubes da Série A é o número crescente de lesões de seus atletas. Com as grandes competições afunilando, todos os times querem estar 100% em todos os aspectos, mas a realidade mostra outro cenário.
Mas afinal, o que influencia tantas lesões?
Alguns casos são isolados, como as graves lesões ligamentares em joelhos ou tornozelos. O São Paulo foi uma das maiores vítimas: três de seus centroavantes só devem voltar em 2026. O Atlético Mineiro também sofreu, com quatro jogadores enfrentando problemas em ligamentos. Mesmo quando há esforço para poupar atletas, os clubes acabam reféns dessas situações inesperadas.
Outros clubes apresentam números ainda mais alarmantes em seus desfalques. O Bahia, por exemplo, atingiu, em 2025, o maior número de lesões desde o seu retorno à Série A, em 2023: 30 atletas lesionados. Vitória, Sport e Internacional também não escapam e figuram entre os mais afetados.
A rotina intensa de jogos é um fator determinante. Além do esforço físico dentro de campo, o tempo de recuperação é extremamente curto. Muitas vezes, apenas 66 horas entre uma partida e outra. Isso se agrava pela logística: enquanto alguns clubes estão mais centralizados, outros enfrentam viagens longas e desgastantes. Uma partida entre Sport e Internacional, por exemplo, implica em um deslocamento de no mínimo 4 horas e 30 minutos para o time visitante.
Não à toa, técnicos e especialistas apontam o calendário como um dos grandes vilões. Como disse Carlo Ancelotti recentemente:
“O clima e as viagens também interferem na qualidade do jogo. O calendário é muito apertado e os times nem sempre chegam em suas melhores condições físicas.”
Os números reforçam essa visão. Houve times europeus que participaram do Super Mundial e, nos 12 meses anteriores, somaram 48 jogos. O Flamengo, por exemplo, chegou à marca de 78 partidas no período. É praticamente uma temporada sem pausas, onde o corpo do atleta é constantemente exigido no limite.
E o que a preparação física pode fazer para mudar isso?
Apesar de ser impossível controlar o calendário, os departamentos de preparação física podem atuar em alguns pontos-chave para reduzir os impactos:
- Individualização da carga de treino e jogo: analisar diariamente as condições de cada atleta para definir intensidade e tempo em campo.
- Tecnologia e monitoramento: uso de GPS, variáveis de esforço e plataformas de dados para identificar riscos de lesão antes que elas aconteçam.
- Recuperação ativa: técnicas como crioterapia, hidroterapia e protocolos de sono e nutrição adaptados à realidade das viagens.
- Prevenção integrada: trabalho conjunto com nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, entendendo que o corpo não se recupera apenas fisicamente.
O acúmulo de lesões na Série A não é fruto apenas de azar ou de erros pontuais. É o reflexo de um sistema sobrecarregado e pouco adaptado à realidade dos atletas. E, nesse cenário, a preparação física passa a ser ainda mais estratégica: não só para manter os jogadores em campo, mas para preservar a performance ao longo de uma temporada cada vez mais exigente.
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