O risco de novas lesões após cirurgias de LCA

Neymar voltou aos gramados plenamente em 2025 após quase dois anos afastado por conta de uma grave lesão: a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e do menisco, sofrida em outubro de 2023. Foram meses de cirurgia, fisioterapia e preparação até que ele finalmente reencontrasse o ritmo de competição.

No entanto, pouco tempo depois de atuar em quase dez partidas seguidas pelo Santos, o atacante sofreu uma nova lesão, desta vez no reto femoral do quadríceps.

Esse episódio reacendeu uma preocupação recorrente:

Por que atletas que passaram por cirurgia de LCA apresentam maior risco de sofrer novas lesões musculares?

O corpo sofre alterações durante a recuperação de uma LCA, como perda de força muscular e alterações no padrão de movimento, somados ao retorno precoce à alta intensidade do futebol, podem explicar por que tantos atletas sofrem com novas lesões após o LCA.

No caso de Neymar, o que mais preocupa os especialistas é que as lesões não ocorreram em um único ponto específico, mas em diferentes regiões da coxa.

Isso sugere que o problema não é localizado, mas sim um conjunto de desequilíbrios musculares por recuperação incompleta, acúmulo de carga em excesso em pouco tempo, e fatores adicionais como idade, intensidade das competições (como o Brasileirão) e até questões emocionais ligadas à pressão de voltar rápido.

Ou seja: é todo o sistema que ainda não atingiu o equilíbrio ideal, não só um músculo frágil.

Mas afinal, por que o risco de novas lesões aumenta após o LCA?

De acordo com especialistas, o retorno ao esporte após cirurgia de LCA está associado a um risco até seis vezes maior de sofrer novas lesões musculares nos dois anos seguintes.

Isso acontece porque o tempo de inatividade reduz a força dos músculos estabilizadores do joelho, criando uma tendência de sobrecarga na perna saudável. Além disso, a cicatrização e adaptação são processos lentos e o desejo de voltar do atleta, costuma atrapalhar todos os processos.

Para reduzir o risco de lesões pós-LCA, fisioterapeutas e preparadores físicos recomendam programas abrangentes, que vão muito além da recuperação imediata. como:

  • Treino de estabilidade e controle de tronco
  • Retorno gradual e monitoramento de carga
  • Avaliação de assimetrias

Lesões musculares após uma cirurgia de LCA não podem ser vistas como mera fatalidade. Elas são resultado de lacunas em etapas críticas.

Por isso, investir em estratégias de fisioterapia e preparação física inteligentes não é apenas recomendado, mas indispensável para carreiras longevas no futebol.

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Jéssica Nunes
Jéssica Nunes
Artigos: 11

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