Formar talentos no futebol sempre foi um símbolo da identidade brasileira. No entanto, nos últimos anos, a forma como olhamos para as categorias de base tem mudado. Deixamos de apenas revelar jovens com talento e passamos a entender que é preciso formar o atleta completo — técnica, tática, física, emocional e socialmente.
Afinal, será que estávamos realmente formando esses atletas? Ou apenas abrindo espaço para que mostrassem o que já sabiam?
Formar não é o mesmo que revelar
Antes de tudo, é essencial separar dois conceitos: formar é desenvolver o atleta como um todo, ao longo do tempo. Já revelar é o ato de colocá-lo em campo com os profissionais. Por muito tempo, o Brasil foi conhecido por revelar grandes nomes — mas, agora, o desafio é formar esses nomes de forma consciente e estruturada.

A preparação física no centro da formação
Dentro desse processo, a preparação física é uma das peças mais importantes — e também das mais complexas.
Cada atleta é único. Por isso, respeitar o nível de maturação biológica é uma das chaves. Nem todo jogador de 15 anos está fisicamente no mesmo estágio. É por isso que dois jovens com a mesma idade cronológica podem estar em momentos físicos totalmente diferentes — um já com força e estrutura de adulto, outro ainda em processo de desenvolvimento ósseo e muscular.
Ao longo da base, o processo é dividido por fases:
- Iniciação esportiva (6 a 10 anos): foco na movimentação ampla e no desenvolvimento motor geral.
- Especialização (11 a 15 anos): começa a entrada de estímulos específicos do futebol.
- Rendimento (16 a 20 anos): momento de lapidar o que foi construído e direcionar para o alto rendimento.
Cada fase exige um olhar diferente da comissão técnica — e especialmente do preparador físico.
E como trabalhar força com jovens atletas?
É comum pensar que a força só pode ser treinada após a puberdade, por conta dos hormônios. Mas essa é uma visão incompleta. Aspectos neurais, como coordenação e estabilização muscular, podem (e devem) ser desenvolvidos desde cedo.
O segredo está em respeitar o momento certo para cada tipo de estímulo. Nos primeiros anos, o trabalho é mais educativo e com foco em coordenação. Com o avanço da maturação, entram os treinos de força máxima, potência e resistência.

E no fim das contas, o que muda?
Na base, o objetivo é formar. No profissional, é competir.
Na base, se respeita o tempo de cada atleta. No profissional, se exige performance.
Na base, o foco é o processo. No profissional, o foco é o resultado.
E é exatamente por isso que a preparação física na base exige tanta sensibilidade, conhecimento técnico e planejamento.
Como bem ressalta Igor Custódio, que foi coordenador de preparação física da base do Atlético Mineiro em 2016 :
“Dentro do contexto da preparação física, procuramos o jogador que tenha um bom potencial para a força, velocidade, potência e resistência específica de jogo… contra qualquer adversário e sob qualquer nível de intensidade.”
Essa abordagem demonstra como, na base, o trabalho físico vai além da mera revelação: é estruturado para preparar o atleta para as demandas reais da competição.”
Se você quer entender na prática como funciona esse processo de formação física — desde os primeiros estímulos motores até a transição para o alto rendimento — precisa dominar mais do que a teoria. É preciso conhecer o corpo, o jogo e o contexto de cada fase.
Se o seu objetivo é trabalhar com jovens atletas e se tornar um profissional preparado para atuar no futebol, te convidamos a conhecer a Especialização em Preparação Física e Recovery no Futebol do Futebol Interativo. CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS
Jogador
Hoje preparado físico, tem que fazer um trabalho cognitivo agilidade e força, para ter uma boa performance do atleta..
Já foi