Por que alguns jogadores são convocados (e outros não)?

Mais uma convocação da Seleção Brasileira chegou — e, como de costume, vieram junto as críticas.

“Fulano joga vôlei”, “Beltrano deve ser de outro país”, “Como que ele foi convocado e o outro não?” — os comentários se repetem a cada lista divulgada.

Mas será que é tão simples assim?

O ex-meia Alex, hoje treinador, já disse certa vez: “Pra mim, seleção é o seguinte: nunca foram os melhores. Foram sempre os preferidos do treinador.”

E o atacante Dudu, em 2022, reforçou essa ideia ao afirmar: “Acho que nem precisava ter jogado isso tudo que eu jogo no Palmeiras pra ser convocado. O treinador da seleção tem os jogadores dele, os de confiança.”

Essas falas levantam um ponto crucial: as convocações não seguem apenas critérios técnicos ou estatísticos. Elas passam por camadas mais profundas — confiança, estilo de jogo, entrosamento, momento da equipe e até leitura tática.

O que realmente pesa em uma convocação?

É claro que o desempenho individual importa — e muito.

Alexsandro, do Lille, por exemplo, ganhou espaço após uma temporada sólida na França e justificou a convocação com atuações consistentes.

Mas nem sempre a fase é o fator determinante. Existem outros aspectos que os treinadores consideram:

  • Confiança: técnicos tendem a priorizar jogadores em quem já confiam — principalmente em períodos curtos, como amistosos ou competições curtas.

  • Entrosamento: manter uma base de atletas que já se conhecem facilita a execução tática.

  • Adaptação ao esquema: o jogador pode estar voando em seu clube, mas se não se encaixa no sistema da seleção, o treinador tende a deixá-lo de fora.

  • Momento da equipe: há casos em que o time como um todo está mal, o que afeta até os atletas em boa fase individual.

Esses fatores explicam por que nomes como Cássio, mesmo após temporadas excepcionais, ficaram de fora da Seleção.

Outro ponto pouco discutido é o contexto dos jogos.

Em partidas como a contra a Bolívia, na Data FIFA de setembro de 2025, o técnico Carlo Ancelotti optou por usar novos nomes — jogadores menos recorrentes, mas com destaque recente — para testar opções e avaliar comportamento sob pressão.

Esses amistosos funcionam como laboratórios: mais do que premiar desempenhos, servem para preparar a Seleção para desafios maiores.

Nem sempre o “melhor jogador” do momento é o mais útil para o time.

Convocações são uma combinação de ciência, percepção e confiança.

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Jéssica Nunes
Jéssica Nunes
Artigos: 11

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